Confira no #DonatasChoice como elaborar um look que atende às propostas da mescla entre o feminino e o masculino
A moda sempre foi um espelho da sociedade, refletindo transformações culturais, quebra de paradigmas e a constante evolução das identidades. Nos últimos anos, vimos o ressurgimento e a consolidação de uma estética que questiona e coloca à prova as fronteiras entre o masculino e o feminino: a estética tomboy.
Essa linguagem visual, que mistura alfaiataria clássica com detalhes ultrafemininos, ganhou destaque em desfiles recentes, como o último da Valentino. Camisas brancas estruturadas, gravatas bem ajustadas e saias fluidas desfilaram como manifestações de uma nova elegância, que não se prende a gêneros ou estereótipos.
Estética Tomboy: O que é?
Inspirada por elementos tradicionalmente masculinos, como ternos, smokings e sapatos oxford, a estética tomboy busca integrar essas peças a looks que mantêm um toque de suavidade. Ela celebra a liberdade de vestir, rompendo com ideias fixas de gênero na moda e permitindo que qualquer pessoa explore sua identidade de forma autêntica.
Marcas contemporâneas têm explorado esse conceito de forma brilhante. A brasileira Dendezeiro, por exemplo, é conhecida por desafiar normas de gênero com peças que unem alfaiataria e estilo urbano. Outra referência é a marca Telfar, que defende a inclusão e cria designs unissex que se destacam pelo minimalismo moderno. Grifes como Gucci e Acne Studios também incorporam elementos agèneros em suas coleções, celebrando a fluidez de formações visuais.
No campo das celebridades Diane Keaton pode ser citada como um dos grandes ícones dessa estética, conhecida por seus ternos e gravatas icônicos, assim como Harry Styles também merece seu lugar de destaque nessa reflexão, como a outra face do tomboy. O artista pop eleva a mistura do feminino com o masculino a um nível avant-garde e, desse modo, mostra que a moda não é apenas sobre roupa – é sobre atitude.
Alta Moda e a Reinvenção dos Códigos
No desfile de Outono/Inverno 2023/24 da Valentino, a gravata preta foi desconstruída em vestidos-camisa longos, minissaias e shorts, combinados com blazers acinturados e oversized, além de uma profusão de trench coats. Essa abordagem inovadora exemplifica a fusão entre o masculino e o feminino na moda contemporânea.
Durante o desfile da coleção, vimos como a moda de luxo está abraçando essa fusão, demonstrando que o clássico pode ser reinventado sem perder sua essência. Com tecidos leves como seda e organza, a grife italianizou o conceito, trazendo uma sofisticação inédita para elementos tradicionais do vestuário masculino.
Já para eventos como o icônico Baile do BB, looks inspirados na noção feminino+masculino podem ser um grande destaque. Gravatas como acessório statement ou saias combinadas com blazers estruturados são escolhas ousadas e carregadas de personalidade.
Moda Como Manifesto
Para além de ser uma tendência, a moda sem gênero é um manifesto pela inclusão e pela liberdade. Na era da individualidade, misturar códigos do masculino e do feminino é também uma forma de expressar quem somos, livres de rótulos e convenções.
Seja através da escolha de uma gravata, de um smoking ou de uma camisa branca impecável, o que importa é o que essas peças representam: criatividade, ousadia e autenticidade. Afinal, moda é liberdade – e não há limites para quem a vive de verdade.
Que tal experimentar um toque tomboy no seu próximo look? Confira no vídeo do quadro #DonatasChoice como elaborar um look que atende às propostas da mescla entre o feminino e o masculino, ou tomboy.
Donata Meirelles é consultora de estilo, atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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