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A Nova Política de Tarifas de Trump e o Mercado de Luxo: Um Novo Jogo de Poder e Consumo

  • 15 de abr.
  • 2 min de leitura

As novas tarifas propostas por Donald Trump em sua campanha de retorno à presidência — com promessas de sobretaxar produtos chineses em até 60% — lançam uma sombra sobre o mercado global. E a indústria do luxo, altamente dependente de cadeias de suprimentos internacionais e consumidores asiáticos, está atenta. Seria esse o início de uma nova era de tensão comercial entre exclusividade e nacionalismo econômico?

Painel com lista de tarifas recíprocas dos Estados Unidos exibido em coletiva de imprensa oficial, destacando os percentuais cobrados de diferentes países como Peru, Noruega e Emirados Árabes, ao lado da bandeira americana.
Gráficos listam as tarifas impostas pelo presidente Trump nesta quarta-feira (Foto: EFE/EPA/SHAWN THEW)

Donald Trump voltou a ameaçar uma onda de tarifas sobre importações chinesas, em um movimento que revive o espírito da guerra comercial de seu primeiro mandato. Agora, ele propõe uma nova política de tarifas ainda mais agressiva, com alíquotas de até 60%, prometendo proteger a indústria norte-americana. A medida, se implementada, teria efeitos cascata em praticamente todos os segmentos — inclusive o mercado de luxo.


Embora muitas maisons mantenham ateliês na Europa, parte significativa da produção (como embalagens, metais, componentes eletrônicos e até tecidos) tem origem na Ásia. Além disso, grandes grupos como LVMH, Kering e Richemont operam fortemente nos Estados Unidos — e o aumento das tarifas pode pressionar os custos logísticos e os preços finais, afetando a rentabilidade e o consumo.

Os Estados Unidos seguem como um dos principais mercados consumidores de produtos de luxo. Com a perspectiva de alta nos preços e incertezas políticas, o consumo pode desacelerar. Em tempos em que o luxo precisa reafirmar seu valor simbólico e ético, os efeitos da política tarifária vão além do preço: tocam diretamente na percepção de valor e desejo.


Diante da ameaça de sobretaxação, marcas de luxo devem acelerar seus planos de diversificação de fornecedores. Países como Vietnã, Índia e México surgem como alternativas à dependência da China. Ao mesmo tempo, cresce o prestígio do “Made in Italy” e da produção artesanal europeia — vistos como formas de garantir exclusividade e blindar a imagem da marca frente às instabilidades políticas.

Com o retorno do discurso protecionista de Trump, o setor de luxo global se vê diante de um novo tipo de desafio: equilibrar exclusividade e escala, estética e diplomacia. Em um cenário onde tudo comunica, até a geopolítica pode se tornar um fator de desejo — ou de recusa.


Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.

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