Após crescimento acumulado de 250% em seis meses, jovem marca de sexual wellness busca revolucionar o mercado brasileiro
Quem vê de longe Chiara Luzzati, que costuma vestir cores neutras da cabeça aos pés, consegue perceber a conexão estética que há entre a empresária e a Lubs, marca que fundou há exatos dois anos. A empresa é como uma extensão da Chiara (clean, jovem, descomplicada) e foi criada com o objetivo de naturalizar a sexualidade como conceito de bem-estar, ideias que ela acredita andarem juntas.
É preciso lembrar: o mercado de “sexual wellness” segue em plena expansão – nos Estados Unidos, foi avaliado em mais de US$ 10 bilhões em 2021 pela americana Grand View Research. No Brasil, ainda é considerado um business em crescimento, o que aparece refletido na trajetória recente da Lubs: só no primeiro semestre de 2022, a marca alcançou a marca de 250% de crescimento. “A nossa meta é ser a maior etiqueta de sexual care do Brasil”, conta sobre a marca, nativa digital, que oferece produtos pensados para os vários aspectos do bem-estar sexual, desde lubrificantes a sex toys e jogos de carta que propõem trocas de intimidade.
O sucesso para você, hoje, significa o quê?
Podemos traduzir o sucesso em várias frentes. Em uma empresa, é normal automaticamente pensar no sucesso financeiro mas, antes dele, há muitos outros sucessos que uma marca precisa conquistar. Meu sucesso profissional é sobre propósito, o significado real das coisas. A Lubs é mais que uma marca que vende produtos: ela engloba um ideal, algo que a gente acredita. Também acho que o sucesso não é algo gigante, é feito no dia a dia.
Qual pessoa, para você, traduz a ideia de sucesso atualmente? Por quê?
A Gwyneth Paltrow, pois foi superpioneira no mercado de wellness [através de sua plataforma Goop]. Já tinha uma carreira consolidada, acreditou na empresa e hoje tem uma marca que é referência.
Uma qualidade que todas as mulheres de sucesso têm em comum, na sua opinião?
Acreditar genuinamente em algo e se dedicar com resiliência, pois empreender no Brasil tem suas dificuldades.
Qual o melhor conselho, pessoal ou profissional, que você já ouviu na sua vida?
Meu cunhado, Eduardo Vanzak [fundador da Desinchá], foi quem me falou que eu tinha que começar de algum lugar. Ele falou “lançe a marca, não vai estar perfeito, mas deixe as pessoas verem”. Se não fosse por ele, eu nem tinha lançado a Lubs, porque sou muito perfeccionista e nunca estava bom o suficiente para mim. A gente tem que ter coragem de começar.
Qual foi o maior desafio da sua carreira profissional?
Já tivemos pessoas no time que não eram tão confiáveis. Também tivemos questões de regulamentação de produto – a Lubs teve que parar por três meses e quase fechou.
Como lidar quando os planos não têm sucesso?
Entender que tudo tem uma solução, ter a paciência de resolver e esperar pelo próximo problema [risos].
Do que você abriu mão na vida pessoal, em nome do nome do sucesso profissional?
É muito difícil ter um equilíbrio perfeito. Então existem fases em que preciso deixar o pessoal um pouco de lado para focar no profissional. Mas a minha rede familiar está muito alinhada ao meu propósito. Na minha lua de mel, por exemplo, eu não dormia, porque durante o dia eu aproveitava, e durante a noite, que era dia no Brasil, eu não conseguia desligar.
Do que você jamais abrirá mão em nome do sucesso?
São algumas coisas. Os pilares da Lubs – sustentabilidade, ética e inclusividade – estão à frente de qualquer negociação.
Com Sofia Mendes
Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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