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O Futuro Veste Preto: Deborah Secco, Dario Mittmann e as Lágrimas da Máquina

  • 9 de abr.
  • 2 min de leitura

Entre o apocalipse fashion e a delicadeza hi-tech, a São Paulo Fashion Week testemunhou um momento que parece ter sido importado diretamente do futuro — ou de um editorial de sci-fi assinado por Alexander McQueen e dirigido por Kubrick. Dede Secco encerrou o desfile de Dario Mittmann como uma verdadeira androide couture: corpo rígido, olhos escondidos atrás de uma máscara que chorava lágrimas negras sob comando. Sim, um botão. Sim, na passarela.


A performance, intensa e silenciosa, não só arrebatou os olhares como sintetizou com precisão a pergunta que ronda o universo fashion (e além): qual é a real fronteira entre o humano e o artificial?


Mittmann, um nome em ascensão meteórica, trouxe para a passarela uma coleção que mais pareceu manifesto: sobre controle, sobre emoção programada, sobre moda como linguagem que toca o corpo — e agora também o código. Os shapes vinham estruturados, com cortes quase cirúrgicos, misturando alfaiataria clássica com superfícies tecnológicas. Uma cartela de cores precisa: preto, branco e tons metálicos. Nada é por acaso quando se fala do amanhã.


E Deborah Secco, com sua presença magnética e olhar futurista (ainda que velado), virou ícone instantâneo dessa virada. Não foi só um final de desfile — foi uma instalação viva. Uma provocação elegante. Um lembrete de que, mesmo quando programadas, as emoções continuam nos atravessando. E que o fashion show, quando bem conduzido, é mais do que look — é linguagem, é arte, é impacto.



A temporada paulistana mostrou que a moda brasileira está sim, conectada com os debates globais. E que, quando se trata de unir beleza, conceito e provocação, ainda sabemos apertar os botões certos.


Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.

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